segunda-feira, 26 de maio de 2014

Meio termo, meio morno

Gostar de alguém. O ideial. Só assim gostar, meio termo, meio morno, suficientemente racional para não se abdicar de nada e não haver nenhum tipo de esforço para agradar. 
Loira, ruiva ou morena. Mau humor, alegre ou assim assim. 

- o que tens? - estás xoxa! - estás chateada?

Estar seja lá qual for o estado de espirito só porque apetece. Sem motivo aparente, sem qualquer ligação com o facto de alguém ter feito algo que não gostamos. Assim, a virtude entre o não querer saber e o não estar nem aí. Passar simplesmente, 90% do dia a pensar apenas nos apetites, nos caprichos, nos objetivos, no prazer, no trabalho. 10% chega para o resto e isso incluí o pensar na pessoa de quem se gosta. Amar-nos a nós próprios, PRIMEIRO,  traçar um estilo de vida, um objetivo que satisfaça apenas o nosso ego e as nossas concretizações pessoais. Era assim que devia ser?

Era simples. Ter alguém que acompanhe o nosso caminho, até onde for permitido, até onde os caminhos se cruzem. Sem esforço. Quando isso não acontecer ... Cada um vai ser feliz. Até que a vida, as coincidências fazerem com que se voltem a cruzar. Ou não. Mas felizes na mesma. Sem ciúmes, sem lágrimas, sem sofrimento, sem perguntas que sufocam, sem planos traçados um pouco ao lado em prol do amor. Era como se fossemos livres. Sem pertencer a ninguém a não ser ao mundo, a não ser a nós próprios.

Porém, isto já não era amor. 

O amor arrebata. O amor dói. O amor sufoca. O amor prende, ata, enlaça. O amor leva-nos onde juntos encontramos o conforto, o bem estar, o SERMOS felizes no plural. O amor não é o meio termo. O amor é tudo e mais o resto que não podemos dar. Ninguém ama assim meio morno, ama-se quente, a ferver, a escaldar ... Ssssss ... 





Sem comentários: