quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Solidão

"Não há dia em que não me sinta só. Não há! Nem o frio, nem o calor me aquecem o coração e o telefone não há meio de tocar. Um dia desligo-o de vez. Se no fim ninguém me liga...
E a campainha? Já nem sei a que soa. Ninguém me vê, ninguém me visita faz tempo. Visto aquela camisola transparente para ir a janela. Para dar cinco passos, eu sei. Mas não tenho mais nenhum sitio a ir. Vou dar de comer aos pombos, vou partilhar o papo seco do jantar de ontem que no fim nem comi.
Nem os pombos reparam em mim, só querem saber do alimento. E a mim quem me alimenta? Quem me dá de comer ao corpo e à alma?
Vou me sentar na varanda. É muito cedo para a sesta. Talvez alguém olhe para o 8°andar."

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