domingo, 14 de agosto de 2016

Jolie, cherie et desole.

Nunca tinha ido a França. Estreei me aos 30. Foi uma viagem planeada por mim com alguns dias de antecedência. Tenho pavor das férias de papo para o ar... então tive obviamente de magicar algo que me ocupa se todos os dias. Decidimos pela Riviera Francesa. Ora bem, viagem low cost numa zona super turística. A escolha do apartamento que aluga nos recaiu sobre a localização (Marselha) e o preço. Foi uma ótima escolha, suficiente para duas pessoas e super perto do Porto Velho onde passeamos imenso, principalmente à noite. Era um T0. Podemos cozinhar a maioria das refeições e o que deu imenso jeito quando reparamos nos preços que se praticavam por lá. No dia que chegamos pouco tempo tivemos senão para conhecer a nossa querida anfitriã, a Noelia, uma argentina a viver em Marselha e apaixonadíssima pelo nosso CR7 e fazer umas comprinhas para a janta no supermercado mais perto. A Noelia falar espanhol ajudou imenso. O nosso francês é menos que suficiente, eu diria que é vergonhoso. Depois do jantar fomos ao Porto Velho passear. A primeira coisa que se vê é a enorme roda gigante. E eu, que adoro tudo o que tenha luzes estava a adorar. Nunca tinha visto tantos barcos juntos... No dia seguinte fomos comprar o Marseille city pass que nos proporcionou passeios muito bons e vários gifts. Dado que o dia estava ventoso não podemos ir de barco até ao If Castle. Mas entre ir de comboio turístico até ao Le Panier ou ao Notre Dame de La Garde, optamos pela segunda opção. O vento era tanto que só me lembro de comer cabelo. As fotos ficaram lindas e o meu cabelo parecia uma ameba. O Notre Dame lá dentro tem a imponência característica das grandes basílicas...  A vista do miradouro, sim, essa é de tirar o fôlego. O comboio, well... é de facto uma aventura. Mas foi muito giro. Visitámos também o Mucém. Este museu tem uma Boat Parade super gira e uma exposição sobre Picasso. A parte de fora do Museu é super original. Um terraço rendado que dá um efeito brutal com as sombras. Ainda visitámos o Museu de História Natural e o Palácio Longchamp. O jantar foi no Hard Rock café e para comemorar os 30 senti me super em casa e rodeada de música que sinceramente acho que é uma espécie de remédio para mim ... é o que me faz sentir sempre bem. No dia seguinte visitámos o If castle onde o famoso Conde de Monte Cristo esteve preso. A história do castelo é gira, parece que um rei português ofereceu um rinoceronte ao rei francês e ele esteve por lá alojado. Depois disto fomos a Le Panier. Esta zona de Marseille é a mais artística e colorida. Adorei cada canto, cada rua, o artesanato, os pintores, a forma descontraída de como tudo era adaptado de forma criativa.
Marseille é caro, mas fica a dica que Le Cure Gourmande é uma loja de guloseimas proibida a quem está de dieta. Mesmo. Não achei os franceses especialmente simpáticos ou gentis. Perdoem me a confidência, mas assisti a uma criança a ser atropelada e nunca vi tanta indiferença. Fiquei chocada. Além de que não me lembro de uma cidade com tanto lixo no chão, na areia da praia... no oceano. Desde garrafas de água, embalagem de protector solar, faturas e recibos a boiarem na água.
Tivemos oportunidade de ir a Aix en Provence. O almoço foi desastroso... pedimos comida crua... carne, não era sushi. Nhec. Tártaro e carpaccio. Eu como pouca carne, aquela vaca quase que mugia. Horrível, pelo menos para mim. Fomos ver a Aldeia de ocre em Roussillon, Saignon e Plateau de Valensole. Adorei a paisagem do Valensole. Das mais bonitas que já vi. Os campos de alfazema não estavam em flor. Infelizmente. Mas hei de voltar para ver aquela cor de lavanda a contrastar com o azul do céu. Juro que quase que não me ia embora e ficava lá no meio dos campos durante dias e dias a ver os Alpes.
Fomos também visitar as Calanques de Cassis. Cassis é muito bonito. E as Calanques escondem verdadeiros tesouros paisagísticos. O caminho é escorregadio. Uma descida perigosa onde eu, que até nem sou muito medrosa, estava quase sempre a cair, assisti a mães de chinelos e filhos ao colo a descer aquilo. E não fosse eu estar lesionada tinhamos feito as Calanques todas a pé... Fomos até a Port de Pin e valeu muito a pena os riscos que corremos. A água clarinha, a paisagem maravilhosa entre falésias e barquinhos branquinhos.

Deixo vos com algumas fotos... para que possam sonhar até lá irem visitar e ver tudo com os próprios olhos. 

No fim de tudo olhei para os nossos portugueses em França com outros olhos. Tudo o que vi é bonito e diferente, mas não há cultura e educação como a nossa. 



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